sexta-feira, 24 de junho de 2011

ORIXÁ IROCÒ



IROCO
Iroco, a árvore centenária em cuja sua copa frondosa habitam aves misteriosas, temidas portadoras do feitiço, mas seu culto no Brasil é raro. Iroco ou Tempo, como também é conhecido, é um orixá muito antigo, foi a primeira árvore plantada e pela qual todos os restantes orixás desceram à Terra. Iroco é a própria representação da dimensão Tempo, a ancestralidade, os nossos antepassados, pais, avós, bisavós ...
No Brasil se diz que Iroco habita a gameleira branca e nos terreiros, costuma-se manter uma dessas árvores como morada de Iroko, assinalada por um “ojá” (laço de pano branco) ao seu redor.
Diz-se a lenda que Irôco sempre aparece a noite num bambuzeiro, aumentando e diminuindo de tamanho.

Desconheço associação com santo católico.

No começo dos tempos, a primeira árvore plantada foi Iroco. Iroco foi a primeira de todas as árvores, mais antiga que o mogno, o pé de obi e o algodoeiro. na mais velha das árvores de Iroco, morava seu sespírito. E o espírito de Iroco era capaz de muitas mágicas e magias. Iroco assombrava todo mundo, assim se divertia. À noite saía com uma tocha na mão, assustando os caçadores. Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco. Fazia muitas mágicas para o bem e para o mal. Todos temiam Iroco pelos seus poderes e quem o olhasse de frente enlouquecia até a morte.
Numa certa época, nenhuma das mulheres da aldeia engravidava. Já não havia crianças pequenas no povoado e todos estavam desesperados. Foram então que as mulheres tiveram uma idéia de recorrer aos mágicos poderes de Iroco. Juntaram-se em círculo ao redor da árvore sagrada, tendo cuidado para manter as costas voltadas para o tronco. Não ousavam olhar para a grande planta face a face, pois os que olhavam Iroco de frente enlouqueciam e morriam. Suplicaram a Iroco, pediram a ele para que lhes desse filhos.
Ele quis logo saber o que teria em troca. As mulheres eram,em sua maioria, esposas de lavradores e prometeram a Iroco milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros. cada uma prometia o que o marido tinha para dar.Uma das suplicantes, chamada Olurombi, era mulher do entalhador e seu marido não tinha nada daquilo para oferecer. Olurombi não sabia o que fazer e, no desespero, prometeu dar a Iroco o primeiro filho que tivesse.

Nove meses depois a aldeia alegrou-se com o choro de muitos recém-nascidos. As jovens mães, felizes e gratas, foram levar a Iroco as suas prendas.
Em torno dotronco de Iroco depositaram as suas oferendas. Assim Iroco recebeu milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros.Olurombi contou toda a história para seu marido, mas não pode cumprir sua promessa. Ela e o marido apegaram-se demais ao menino prometido. No dia da oferenda, Olurombi ficou de longe, segurando nos braços trêmulos, temerosa, o filhinho tão querido.
E o tempo passou.
Olurombi mantinha a criança longe da árvore e, assim, o menino crescia forte esadio. Mas, um belo dia, passava Olurombi pelas imediações de Iroco, entretida que estava, vindo do mercado, quando, no meio da estrada, bem na sua frente, saltou o temível espírito da árvore.
- Tu me prometeste o menino e não cumpriste a palavra dada. Transformo-te então num pássaro, para que vivas sempre aprisionada em minha copa.
E transformou Olurombi num pássaro que voou ara a copa de Iroco para ali viver para sempre.Olurombi nunca mais voltou para casa, e o entalhador a procurou em vão ppor toda parte. Ele mantinha o menino em casa, longe de todos. Mas os que passavam perto da árvore ouviam sempre um pássaro cantar uma estranha cantiga sobre oferenda feita a Iroco.
Até que um dia, quando o artesão se aproximou dali, ele próprio escutou o tal pássaro. Ouvindo o relato de uma história que julgava esquecida, o marido de Olurombi entendeu tudo imediatamente. Ele tinha que salvar a sua mulher! Mas como, se amava tanto seu pequeno filho?
Ele pensou e pensou e teve uma grande idéia.
Foi à floresta, escolheu o mais belo lenho de Iroco, levou-o para casa e começou a entalhar. De madeira entalhada fez uma cópia do rebento, o mais perfeito boneco que jamais havia esculpido.

Fez o boneco com os doces traços do filho, sempre alegre, sempre sorridente. Depois poliu e pintou o boneco com esmero, preparando-o com a água perfumada das ervas sagradas. Vestiu a figura de pau com as melhores roupas do menino e a enfeitou com ricas jóias de família e raros adornos.
Quando pronto, ele levou o menino de pau a Iroco e o depositou nos pés da árvore sagrada.Iroco gostou muito do presente. Era o menino que ele tanto esperava! E o menino sorria sempre, uma imutável expressão de alegria. Iroco apreciou sobremaneira o fato de que o garoto jamais se assustava quando seus olhos se cruzavam. Não fugia dele como os demais mortais, não gritava de pavor nem lhe dava as costas, com medo de olhar de frente.Iroco estava feliz. Embalando a criança, seu pequenino menino de pau, batia ritmadamente com os pés no solo e cantava animadamente. Tendo sido paga, enfim, a velha promessa, Iroco devolveu a Olurombi a forma de mulher. Aliviada e feliz, ela voltou para casa, voltou para o marido artesão e para o filho, já crescido e enfim livre da promessa.
Alguns dias depois, os três levaram para Iroco muitas oferendas. Levaram ebós de milho, inhame, frutas, cabritos e carneiros, laços de tecido e de estampas coloridas para adornar o tronco de árvore.Eram presentes oferecidos por todos os membros da aldeia, felizes e contentes com o retorno de Olurombi.
Até hoje todos levam oferendas a Iroco.
Porque Iroco dá o que os devotos pedem.
E todos dão para Iroco o prometido.

(Prandi, Reginaldo. In Mitologia dos Orixás)

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HORAS ABERTAS, NEUTRAS E FECHADAS

Todas as horas da Umbanda, são controladas por um Orixá independente dos demais, pouco conhecido, chamado ORIXÁ TEMPO, que é o determinante do envio das vibrações cósmicas, assim como o momento exato da utilização do ritual necessário, a Umbanda divide as horas de um dia em três tipos diferentes, a saber:

Horas Abertas
Horas Fechadas
Horas Neutras
HORAS ABERTAS

São consideradas horas abertas na Umbanda, as não classificadas como neutras ou negativas, portanto, positivas para a feitura de qualquer dos trabalhos abaixo enumerados:

Mentalização
Vidência
Irradiação
Jogo de Búzios
Agrados
Amalás
Amacís

HORAS FECHADAS

São aquelas que, nenhum dos atos ritualísticos ou litúrgicos descritos acima podem ser efetuados. São consideradas horas fechadas, os 15 minutos anteriores e posteriores à HORA PEQUENA e à HORA GRANDE, ou seja de 11:45hs às 12:15hs, assim como também de 23:45hs às 00:15hs, horas que são destinadas à entrega de EBÓS, DESCARREGOS, ou o emprego da Força Negativa para a prática do bem. Nestas Horas Fechadas, não se deve praguejar, amaldiçoar, discutir, entrar ou sair de lugares cobertos e freqüentar locais espúrios.

HORAS NEUTRAS

São aquelas em que qualquer tipo de Ato Litúrgico ou Ritualístico, é dado à cada um segundo o seu mérito. Estas Horas Neutras da Umbanda são muito utilizadas no Esoterismo e classificadas como HORAS TERÇAS e HORAS NONAS (6hs e 18hs).

NOTA
Excetuando-se as Horas Negativas e Neutras, todas as outras horas do dia são consideradas como positivas.

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Mais sobre Irocò

Dia da Semana: Terça-feira.

Cores: Branco, Verde (ou Cinza) e Castanho

Símbolo: Lança, Grelha

Domínios: Tempo, Vida e Morte

Saudação: Iroko I Só! Eeró!

Iroko ou Tempo, como também é conhecido, é um Orixá muito antigo. Iroko foi à primeira árvore plantada e pela qual todos os restantes Orixás desceram à Terra. Iroko é a própria representação da dimensão Tempo.

Iroko, Iroco ou Roko (do iorubá Íròkò) é um orixá cultuado no candomblé do Brasil pela nação Ketu e, como Loko, pela nação Jeje. Corresponde ao Inquice Tempo na nação Angola ou Congo.

Em todas as reuniões dos Orixás está sempre presente Iroko, calado num canto, anotando todas as decisões que implicam directamente na sua acção eterna. É um Orixá pouco conhecido dos seres vivos ou mortos, nascidos ou por nascer. Toda a criação está nos seus desígnios.
É o Orixá Iroko, implacável e inexorável, que governa o Tempo e o Espaço, que acompanha, e cobra, o cumprimento do Karma de cada um de nós, determinando o início e o fim de tudo.

Conhecido e respeitado na Mesopotâmia e Babilónia como Enki, o Leão Alado, que acompanha todos os seres do nascimento ao infinito; cultuado no Egipto como Anúbis, o deus Chacal que determina a caminhada infinita dos seres desde o nascimento até atravessar o Vale da Morte. Também venerado como Teotihacan entre os Incas e Viracocha entre os Maias como o Senhor do Início e do Fim; também presente no Panteão Grego e Romano, onde era conhecido e respeitado como Cronus, o Senhor do Tempo e do Espaço, que abriga e conduz a todos inexoravelmente ao caminho da Eternidade.

É o Tempo também das mudanças climáticas, as variações do tempo-clima. Guardião das florestas centenárias é o colectivo das árvores grandiosas, guardião da ancestralidade.

Em África, a sua morada é a árvore iroko, Milicia excelsa (antes classificada como Chlorophora excelsa), chamada “amoreira africana” na África de língua portuguesa. É uma árvore majestosa, encontrada da Serra Leoa à Tanzânia, que atinge 45 metros de altura e até 2,7 metros de diâmetro.

No Brasil, onde essa árvore não existe, diz-se que Iroko habita a gameleira branca, Ficus gomelleira ou Ficus doliaria (também chamada figueira-branca, guapoí, ibapoí, figueira-brava e gameleira-branca-de-purga). Nos terreiros, costuma-se manter uma dessas árvores como morada de Iroko, assinalada por um “ojá” (laço de pano branco) ao seu redor.

Iroko representa a ancestralidade, os nossos antepassados, pais, avós, bisavós, etc., representa também o seio da natureza, a morada dos Orixás.
Desrespeitar Iroko (a grande e suntuosa árvore) é o mesmo que desrespeitar a sua dinastia, os seus avós, o seu sangue… Iroko representa a história do Ylê (casa), assim como do seu povo… protegendo-o sempre das tempestades.

Ao contrário da maioria dos orixás, este não costuma “baixar” nas festas de santo, nem ser “feito” na cabeça dos fiéis. É reverenciado por meio de oferendas à árvore que o representa. Os animais a ele consagrados são a tartaruga e o papagaio.

Iroko é um Orixá pouco cultuado tanto no Brasil como em Portugal, e os seus filhos também são muito raros. Os seus filhos, no entanto, são sempre muito protegidos pelo seu Orixá.

Características dos filhos de Iroko

Os filhos de Iroko são tidos como eloquentes, ciumentos, camaradas, inteligentes, competentes, teimosos, turrões e generosos.

Gostam de diversão: dançar e cozinhar; comer e beber bem.

Apaixonam-se com facilidade e gostam de liderar.

Dotados de senso de justiça, são amigos queridos, mas também podem ser inimigos terríveis, no entanto, reconciliam-se facilmente.

Um defeito grande, é o facto de não conseguirem guardar segredos.

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